RICARDO PACHECO
( Brasil – Distrito Federal )
Nascido em Brasília em 1971, viu o crescimento e a expansão do Distrito Federal nos últimos anos. Vivenciou a abertura democrática, bem como o Plano Real e o Governo Lula.
Possui uma forte interesse pelas ciências sociais, focando seus estudos em Língua Inglesa, Filosofia, Sociologia e Artes.
Viajou o Brasil quase que em sua totalidade. Conhece países como os Estados Unidos, México e Argentina.
Formado em História desde 1990, o autor é professor da Secretaria de Educação de DF.
Atualmente estuda Direito e pratica Krav Magá, a defesa pessoal do Exército de Israel.
Amante da literatura nacional e universal, desde Machado de Assis a Arthur Conan Doyle.
PACHECO, Ricardo. Plenitude e Poesia. Capa: Núbia Santos. Rio de Janeiro: Livre Expressão, 2013 14 x 21 cm.
ISBN 978-85-7984-598-7
Ex. bibl. Antonio Miranda / doação do livreiro Brito – DF
Hesitação
Por que hesito? Falta coragem nos momentos oportunos.
No meio de conversa, diálogos, discussões, sempre me
escondo.
Talvez meu jeito jocoso de expor minhas ideias me
impossibilite.
O julgamento alheio é cruel. Santa inquisição, tortura eterna.
Nas poucas vezes que me arrisquei não fui mal, todavia é
difícil.
O que fazer? Absolutamente não sei. Característica minha.
Estudar talvez resolva ou amenize a situação. Única saída.
Coloco-me nos olhos dos outros e me enxergo sempre mudo.
Observo os grandes vencedores, eles falam, expõem,
vitoriosos.
Quiçá um dia eu fique à sombra deles. Espero.
Passado
O tempo andou, deixou marcas profundas na alma.
Logrou danos irreparáveis, deixou feridas abertas.
A cronologia dos acontecimentos, aborrecimentos.
O tempo findo como uma etapa da realidade.
Fingimos que o passado não existe, resiste.
Somos seres que veem no futuro uma esperança?
Civilidade, humildade, crueldade, maldade.
Desejamos fugir para um espaço sem história.
Regras descumpridas atormentam o sono dos vencedores.
Pensamentos sujos envenenam a alma dos esquecidos.
Será que temos tempo suficiente pra o reparo?
Os anos perdidos revelam-se mortais, fatais.
O passado, lembranças de um tempo inútil.
Acorrentados a ele, enfraquecemos nossas forças.
O passado, lembranças de um tempo fútil.
Infelizmente temos em nossas almas as feridas deixadas.
Vigiados pela moral?
Como um olho onipresente a moral nos vigia.
Impõe padrões de comportamento como uma ditadura.
Amarra-nos na sua incerteza de eterno acerto.
Pune-nos internamente.
Corrói nosso cérebro.
Priva-nos de nossa liberdade.
Nos cerca de angústia.
Medo e insegurança.
A moral é o nosso juiz interior.
O cárcere é a sua força.
Se tentarmos fugir, cairemos no abismo do prazer.
A moral presente no olhar.
Na roupa, na refeição servida à mesa.
No falar julgador e intimidador.
Na religião é o combustível dessa prisão.
Moral.
Cinco letras.
Uma prisão sem grades.
Vidas mortas.
Mortas vivas.
Julgamento sem defesa.
Condenação eterna.
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Página publicada em fevereiro de 2023
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